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Significado de Filipenses 2:5-11

A atitude de Cristo Jesus foi de humildade e obediência radical. Mesmo estando com Deus e sendo Deus, Ele se rebaixou, não apenas tornando-se homem, mas morrendo na cruz. Por causa disso, Deus Pai O recompensou com o domínio sobre toda a terra.

Paulo, agora, ordena a seus discípulos que escolham uma perspectiva particular, uma mentalidade particular ("phroneo"). Ele os instrui a ter essa atitude em si mesmos. Isso deixa claro que as perspectivas são uma questão de escolha. A palavra traduzida como “atitude” é "phroneo", carregando o sentido de tomar uma decisão fundamentada na adotação de uma determinada maneira de enxergar algo. Nós, como humanos, controlamos muito pouco as coisas. Não controlamos quando ou onde nascemos. Não controlamos de quem são os genes que recebemos. Controlamos a pouquíssimas circunstâncias externas. No entanto, podemos controlar em quem ou no que confiamos e o que fazemos. Tais decisões são, em grande parte, moldadas pela terceira coisa que controlamos: nossa atitude ou mentalidade ("phroneo").

Nossa atitude ou mentalidade ("phroneo") é a perspectiva através da qual filtramos tudo o que vemos. Ela molda o que pensamos e como pensamos, se vamos agir como queremos. Nossa atitude é algo que devemos escolher e moldar com muito cuidado.

Paulo exorta aos irmãos em Filipos, parceiros e participantes com ele no Evangelho, a moldarem suas atitudes, escolhendo a mesma atitude que também estava em Cristo Jesus. Todo ser humano tem uma atitude, uma perspectiva. Na seção anterior, Paulo deu a entender que nosso estado mais natural é repetir a atitude do "eu sei mais" e "tudo deve girar em torno de mim". Paulo chama isso de "egoísmo" e "presunção vazia". Este é o nosso padrão natural. Porém, somos responsáveis pela atitude que escolhemos adotar. Paulo nos exorta a escolher a mesma atitude escolhida por Jesus, ou seja, Sua atitude de humildade em tomar a decisão de deixar o Céu e vir à terra como ser humano para assumir os pecados do mundo, em obediência a Seu Pai.

Primeiro, Paulo prepara o cenário descrevendo a circunstância em que Jesus estava ao fazer esta escolha à qual ele nos exorta a imitar. Quando Jesus decidiu vir à terra, Ele existia na forma de Deus. Jesus era Deus e é Deus. Conforme Paulo afirma em Colossenses, "todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. Ele está antes de todas as coisas, e nele todas as coisas se unem". (Colossenses 1:16:b-17). Jesus estava no Céu como Deus. Isso significa que Jesus era autossuficiente. Ele não tinha necessidade alguma. É difícil imaginar um estado melhor. Então, Seu Pai vem e pede que Ele deixe o Céu, vá para a terra e morra para redimir uma raça rebelde.

Esta é a circunstância da tomada de atitude de Jesus. Agora, Paulo descreve o raciocínio por trás da escolha de atitude ou perspectiva de Jesus. Paulo diz que Jesus não considerava a igualdade com Deus como algo a ser apreendido. Jesus estava no local mais incrível, com os relacionamentos mais incríveis e o "trabalho" mais incrível que se poderia imaginar. Porém, Ele não considera Sua alta posição, Sua igualdade com Deus no Céu como algo a ser apreendido. Jesus não se apega à circunstância favorável. Ele não via isso como algo a ser mantido, a ser defendido. Ele abriu mão de tudo, como bom mordomo do Pai.

Jesus esvaziou-se voluntariamente, afastando-se de todas as grandes e favoráveis circunstâncias das quais desfrutava. Em vez de se apegar à Sua posição no Céu, agindo como o Deus do universo, Ele assumiu a forma de servo e, sendo feito à semelhança dos homens, Jesus tornou-se humano. O Deus que criou o universo tornou-se parte da criação que havia feito. O Rei do mundo nasceu em uma família humilde em uma terra ocupada.

Porém, a decisão de Jesus não parou por aí. Ele continuou decidindo ativamente, escolhendo diferentes perspectivas. Agora que Jesus foi encontrado na aparência como um homem, Ele se humilhou tornando-se obediente até a morte, até mesmo a morte em uma cruz. Jesus não apenas deixou Sua posição elevada e exaltada no Céu. Ele deixou o Céu para vir à terra e completar uma grande obra. Ao fazer essa obra, Jesus teve que aprender a ser obediente. Jesus, como Deus, era autossuficiente. Mas, Ele escolheu tornar-se dependente de Seu Pai e obedecê-Lo em todas as coisas. Ele seguiu a vontade de Seu Pai até a morte, até a morte em uma cruz.

A atitude de Jesus foi confiar que o caminho de Seu Pai era o melhor caminho possível. Então, Ele voluntariamente deixou um lugar de conforto e assumiu uma posição comparativamente miserável. Porém, Jesus esperava que a recompensa fosse grande. E foi. Também por esta razão, Deus O exaltou sobremaneira. A frase “por esse motivo” se conecta diretamente com a atitude escolhida por Jesus. A atitude de Jesus está diretamente ligada às ações que Ele escolheu. Nossas atitudes moldam em grande parte nossas ações. Porque Jesus se humilhou e obedeceu a Seu Pai, Deus O exaltou sobremaneira.

A implicação é que devemos crer da mesma forma: se nos humilharmos em obediência a Deus, Ele também nos exaltará.

Qual foi a exaltação? Deus exaltou a Jesus e concedeu-lhe o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, daqueles que estão no céu, na terra e debaixo da terra, e que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.

Jesus afirmou isso depois de ressuscitar dos mortos. Ele diz a Seus discípulos: "Toda autoridade me foi dada no céu e na terra" (Mateus 28:18b).

Isso significava que essa concessão da honra da autoridade foi dada a Jesus algum tempo entre Sua morte e logo após Sua ressurreição, quando Ele faz essa declaração. É interessante notar que, no estado original de Jesus, antes de vir à terra, Ele tinha igualdade com Deus. Isso significava que Ele tinha autoridade sobre todas as coisas como Deus. Podemos deduzir que essa nova outorga de autoridade se aplicava à posição de Jesus como ser humano.

Isso é declarado abertamente em Hebreus 2. Lá, o autor observa que o projeto original para os humanos governarem a terra não pode ser visto agora. Os humanos foram "coroados com glória e honra" ao serem designados para reinar sobre a terra. Mas, devido à queda de Adão e Eva, não é isso que vemos. No entanto, aqui está o que Hebreus diz que vemos:

"Mas vemos Aquele que foi feito por um pouco mais baixo do que os anjos, a saber, Jesus, por causa do sofrimento da morte coroado de glória e honra, para que, pela graça de Deus, experimentasse a morte para todos. Pois era conveniente para Ele, para quem são todas as coisas, e por meio de quem são todas as coisas, ao levar muitos filhos à glória, aperfeiçoar o autor de sua salvação através dos sofrimentos" (Hebreus 2:9-10).

A frase "feito por um pouco mais baixo que os anjos" refere-se a Jesus se tornando humano. E, pelo fato de Jesus ter-se tornado obediente até a morte, Ele foi "coroado de glória e honra" ao receber autoridade sobre a terra. Isso restaurou o projeto original de Deus para os seres humanos. Quando escolhemos ter a mesma atitude que Jesus, temos esperança de receber uma parte da mesma recompensa que Jesus recebeu. Este é o objetivo de Jesus: "levar muitos filhos à glória". Trata-se de conceder a mesma grande recompensa pela obediência àqueles que adotarem a mesma atitude de Jesus e andarem em obediência como Jesus andou.

Jesus afirma isso abertamente em Apocalipse 3, dizendo:

"Aquele que vencer, eu lhe concederei que se sente Comigo em Meu trono, como eu também venci e me sentei com Meu Pai em Seu trono" (Apocalipse 3:21).

Reinar, neste contexto, significa ser restaurado ao projeto original. Cuidar da natureza e uns aos outros, em harmonia e comunhão com Jesus, nosso Criador. Esta será a nossa maior realização. Porém, para tomarmos as ações difíceis para a obtenção de tal recompensa é necessário adotarmos a mesma atitude de Cristo Jesus. Jesus não precisava vir à terra e aprender obediência até a morte de cruz. Jesus escolheu vir à terra em obediência a Seu Pai.

A imensa recompensa que Jesus ganhou é abrangente. O nome de Jesus, ou Sua autoridade, está acima de todo nome. Não apenas alguns nomes. Todos os nomes. Não são apenas alguns joelhos que se curvarão a Ele: todos os joelhos se curvarão. E isso não se aplica apenas a um país da terra, não se limita apenas à terra. Pelo contrário, isso se aplica àqueles que estão no céu, na terra e sob a terra. Isso se aplica a todo tipo de criatura, tanto no plano físico quanto no espiritual. O reconhecimento será universal, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Jesus será supremo sobre todos, tanto como ser humano quanto como Deus. Isso porque Ele, como Deus, tornou-se servo de todos. Esta obra incrível refletirá a glória de Deus Pai.

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