Add a bookmarkAdd and edit notesShare this commentary

Significado de Mateus 17:14-18

Um pai desesperado se aproxima de Jesus, implorando-lhe para curar a loucura de seu filho. Ele disse que os discípulos de Jesus haviam sido incapazes de ajudá-lo. Jesus repreende aquela geração incrédula e e, em seguida, expulsa o demônio, curando o menino.

Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este evento são encontrados em Marcos 9:14-27 e Lucas 9:37-43.

Jesus, Pedro, Tiago e João haviam retornado da montanha onde Jesus havia sido transfigurado, dizendo: “Quando eles vieram até a multidão, um homem se aproximou de Jesus.” Essa multidão de pessoas provavelmente estava em Cesaréia de Filipe.

Quando chegaram à multidão, um homem se aproximou de Jesus. Ele estava desesperado. Caindo de joelhos diante de Jesus, o homem implorou-Lhe por misericórdia: "Senhor, tende piedade do meu filho, pois ele é um lunático e está muito doente.” Este pai tinha um filho descrito por ele como lunático. A palavra grega que Mateus usou traduzida como lunático é "selénaizomai". Significa "atingido pela lua".  Em inglês, a palavra lunacy é uma tradução fiel, porque a loucura descreve as aparências, rostos ou fases em constante mudança de uma pessoa como a lua (lunar). A descrição sugere que, às vezes, o menino ficava bem, mas de repente mudava drasticamente e se tornava um perigo para si mesmo e para os outros. O verbo grego "selénaizomai" ocorre em uma voz passivo-média, significando que o filho lunático passava por dramáticas mudanças (loucura).

O pai desesperado continuou seu apelo por seu filho muito doente: Ele muitas vezes cai no fogo e muitas vezes na água. A loucura do filho ocorria de maneiras que o colocavam em grande perigo. O pai diz a Jesus que já havia levado seu filho aos discípulos, e eles não podiam curá-lo. Aparentemente, aquele pai desesperado encontrou um ou mais dos discípulos de Jesus primeiro e pediu-lhes para ajudar seu filho. Mas eles não podiam ajudá-lo.

Nesta passagem, o pai nunca atribui explicitamente a fonte da loucura de seu filho a qualquer coisa demoníaca. No entanto, Jesus o faz. O pai não parece reconhecer as forças sobrenaturais por trás da loucura ou causas físicas. Ele só queria uma cura para seu filho. Ele só queria que seu filho fosse curado. E ele esperava que Jesus pudesse curar seu filho.

Jesus respondeu e disse: "Geração incrédula, por quanto tempo estarei contigo? Até quando te aturarei?"

Mateus não menciona explicitamente a quem Seus comentários e perguntas foram dirigidos. Jesus poderia tê-las dito em geral e dirigido aquelas palavras a todos os judeus que viviam naquela época. Ou talvez para a multidão. Mas as palavras parecem ser direcionadas mais para Seus discípulos, que simplesmente falharam em exorcizar  o demônio e curar o filho daquele homem. Eles adicionaram insulto à injúria. Não só haviam sido derrotados publicamente pelo demônio, mas agora também estavam sendo publicamente repreendidos por seu Senhor por sua falta de fé.

Ele os estava repreendendo por sua incredulidade. O pai mostrou fé em Jesus vindo a Ele e a Seus discípulos. Os discípulos demonstraram sua incredulidade e sua falta de fé por serem incapazes de curar o filho lunático. Além de chamá-los de incrédulos, Jesus também os rotula como uma geração incrédula. A palavra significa “ser distorcido” ou “fora do curso”. Jesus estava dizendo que aquela geração havia perdido o seu caminho e estava buscando as coisas erradas.

Jesus, então, retoricamente faz perguntas vergonhosas: Quanto tempo estarei convosco? Até quando vou aguentar vocês? Jesus sabia que não estaria com aquela geração de discípulos na forma física por muito mais tempo. O tempo estava se esgotando e eles precisavam se desenvolver em fé para realizarem a tarefa de edificar Sua igreja quando não estivesse mais com eles. Eles haviam decepcionado o Messias.

Jesus, portanto, indicou que curaria o filho lunático do pai desesperado, ao dizer: “Tragam-no aqui para Mim.”

Mateus afirma, com bastante naturalidade, que Jesus repreendeu ao demônio e o demônio saiu dele, e o menino foi curado imediatamente. Mas Lucas e Marcos deram uma imagem mais vívida desse evento:

"Enquanto ele ainda estava se aproximando, o demônio o bateu no chão e o jogou em uma convulsão. Mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o devolveu a seu pai. E todos ficaram maravilhados com a grandeza de Deus..." (Lucas 9:42-43a)

"Eles trouxeram o menino para Ele. Quando ele O viu, imediatamente o espírito o jogou em uma convulsão, e caindo no chão, ele começou a rebolar e espumar pela boca. E Ele perguntou a seu pai: 'Há quanto tempo isso está acontecendo com ele?' E ele disse: 'Desde a infância. Muitas vezes o jogou tanto no fogo quanto na água para destruí-lo. Mas se puderes fazer alguma coisa, tem pena de nós e ajuda-nos!" E Jesus lhe disse: 'Se puderes?' Todas as coisas são possíveis àquele que crê'. Imediatamente o pai do menino gritou e disse: "Eu creio; Quando Jesus viu que uma multidão estava se reunindo rapidamente, Ele repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: 'Teu espírito surdo e mudo, eu te ordeno, saia dele e não entre nele novamente'. Depois de gritar e jogá-lo em terríveis convulsões, ele saiu; e o menino tornou-se tão parecido com um cadáver que a maioria deles disse: 'Ele está morto!' Mas Jesus tomou-o pela mão e ressuscitou-o; e ele se levantou." (Marcos 9:20-27).

Este foi outro exemplo específico que demonstrou a autoridade espiritual de Jesus sobre o sobrenatural. Também mostrou a compaixão e a misericórdia de Jesus pelo  homem desesperado e seu filho.

Por uma questão de interesse, Mateus não especifica se o "eles" que vieram para a multidão se refere a esses quatro homens (Jesus, Pedro, Tiago e João) ou aquele quarteto mais o grupo maior de discípulos. É possível que ele tenha incluído também ao grupo maior, mas as descrições de Mateus ao longo das passagens que se seguem fornecem pistas que sugerem que era o grupo menor que havia estado com Jesus, em vez de todos os doze discípulos.

A principal pista que indica que as referências a "eles" ou "discípulos" se referiam apenas a Pedro, Tiago e João é o que Mateus escreve em Mateus 17:22: "E enquanto  estavam reunidos na Galiléia". Isso indicar que Jesus dispensou o grupo maior de discípulos e os enviou para pregar, como ocasionalmente fazia (Mateus 10:5, Marcos 6:7, Lucas 10:1), enquanto passava algum tempo extra com Pedro, Tiago e João. A Galiléia foi definida como o ponto de encontro deles, uma vez que sua mensagem do Reino foi concluída. Se este for o caso, então toda as menções sobre os discípulos nessas passagens antes de Mateus 17:22 podem se referir a Pedro, Tiago e João e mais alguns, porém não a todos os outros discípulos. Marcos, no entanto, escreveu "quando eles voltaram para os discípulos", o que indica que pelo menos alguns dos outros discípulos estavam presentes naquela ocasião (Marcos 9:14).

Select Language
AaSelect font sizeDark ModeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.