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Significado de Eclesiastes 9:1-2

Todos nós compartilhamos um destino comum: a morte. Tudo o que fazemos na vida está nas mãos de Deus.

Ao longo de Eclesiastes, Salomão nos diz dito que voltou seu coração a considerar muitas coisas. Aqui, ele diz que analisou tudo isso, ou seja, contemplou suas descobertas e chegou a uma conclusão. A palavra traduzida como “explicar” significa literalmente "declarar"; Salomão, agora, proclamará o que seu coração discerniu. Salomão declara que os justos e os sábios, bem como o que eles fazem (suas obras), estão nas mãos de Deus.

Esta é uma conclusão importante. Salomão não consegue explicar completamente a amplitude de suas descobertas através da razão e da experiência. Porém, ele pode proclamar definitivamente que todas as coisas estão nas mãos de Deus.

O destino de cada pessoa está nas mãos de Deus. Essa idéia encontra eco em muitos lugares das Escrituras. Por exemplo, Provérbios 21:1 diz:

"O coração do rei é como canais de água na mão do Senhor; Ele a vira para onde quiser."

Deus é soberano sobre todos. E isso implica a inadequação (comparativa) do homem. Deus é Deus e nós não somos.

A frase O homem não sabe se é amor ou ódio ou qualquer coisa que o espera pode ser entendida como: O homem não sabe qual será o julgamento de Deus sobre suas obras após sua morte. Paulo diz algo semelhante em 1 Coríntios 4:4-5:

"Porque não tenho consciência de nada contra mim mesmo, mas não sou por isso absolvido; mas quem me examina é o Senhor. Portanto, não continueis julgando antes do tempo, mas espere até que venha o Senhor, que tanto trará à luz as coisas escondidas nas trevas quanto revelará os motivos do coração dos homens; e então o louvor de cada um virá de Deus".

Paulo deixa claro que não tem consciência de nada em sua vida que desagrade a Deus, mas declara que isso não é algo definitivo. Ele não tem o poder de decidir o que agrada a Deus. Ele descobrirá isso de Deus, não de si mesmo ou de outras pessoas. Essa interpretação se encaixa no tópico que Salomão está prestes a introduzir - a inevitabilidade e a universalidade da morte.

Outra maneira pela qual a frase pode ser interpretada é: O Homem não sabe se será amor ou ódio que ele terá nesta vida. A expressão Qualquer coisa o espera enfatiza que não conhecemos o futuro. Pessoas podem nos dar amor ou ódio, independentemente das escolhas que façamos. Não apenas não controlamos o futuro, como também não controlamos as decisões dos outros. A realidade é que não sabemos o que o amanhã pode nos trazer.

Ambas as interpretações são válidas e ambas são consistentes com outras passagens das Escrituras. A primeira interpretação se concentra no julgamento de Deus e levanta uma questão: Como Deus pode odiar, já que Deus é amor? Afinal, Deus amou o mundo de tal forma que deu Seu filho unigênito para morrer por ele (João 3:16).

Porém, a Bíblia nos instrui a odiar o mal (Amós 5:15). Deus diz que odeia o divórcio (Malaquias 2:16). Deus odeia as ações abomináveis (Dt 12:31) e a idolatria (Dt 6:22). Sabemos que, no dia do julgamento, todas as nossas obras serão avaliadas pelo fogo e as ações egoístas serão queimadas (1 Cor 3:11-15). Deus dará recompensas apropriadas pelas ações dos crentes, incluindo recompensas negativas pelas más ações (2 Cor 5:10-11).

Portanto, não é incoerente dizer que o que nos espera no julgamento pode ser o prazer de Deus pelas boas ações ou o desprazer de Deus pelas más ações. Deus ainda amará Seus filhos, não importa o que façam; nada pode nos separar do amor de Deus (Romanos 8:38-39). Mas, quem somos é diferente do que fazemos. Se os filhos de Deus fazem o mal, Deus odeia o mal e o julgará, mesmo que tenha sido feito por um de Seus filhos. Não é diferente com os pais humanos.

O desprazer de Deus é uma parte de como nosso Pai Celestial disciplina a Seus filhos, a fim de conformá-los à imagem de Cristo (Hb 12:6;  Romanos 8:29).

No entanto, a segunda interpretação se concentra nas reações dos outros nesta vida. As consequências do ódio e do pecado podem ter uma aplicação diferente. Às vezes, o que nos espera é a defesa do bem diante do ódio das pessoas. Às vezes, as pessoas que fazem o mal são amadas por isso.

E essa realidade é a mesma para todo ser humano. É igual para todos. Não só isso, há um destino para os justos e para os ímpios. Qual é este destino? Aqui Salomão introduz um tópico que ele abordará nos próximos versículos: a inevitabilidade da morte. Não importa o quão justos sejamos, não podemos evitar a morte. E não importa o quão perverso alguém possa ser, esta pessoa vai morrer e passar por seu julgamento. Salomão diz que há um destino para justos e ímpios. Toda pessoa verá passará pelmorte e depois será julgada.

Este é o pensamento tratado por Salomão até o final da passagem através de um conjunto de exemplos que enfatizam a lição. Não importa se somos justos/maus, homens bons/pecadores, limpos/impuros, se oferecemos/não oferecemos sacrifícios, se fazemos juramentos/temos medo de fazer juramentos. No fim de tudo, estaremos todos no mesmo barco de duas maneiras. Primeiro, estamos nas mãos de Deus. E segundo, "é ordenado que os homens morram uma vez e depois disso vem o juízo" (Hebreus 9:27).

O que Salomão destaca aqui é que não podemos controlar a vida. Também não podemos evitar a morte. Não há como fazermos qualquer manobra para evitar o sofrimento, a confusão, os malfeitos alheios ou mesmo nossa morte física definitiva. Não estamos no controle; estamos nas mãos de Deus. Não há truques, conhecimentos ou respostas que nos permitam ganhar o controle. Nestes aspectos, todos temos o mesmo destino. Aproveitemos ao máximo a vida, deixando de lado nossa compulsão por entendê-la e controlá-la. Decvemos escolher viver pela fé e em gratidão, submetendo-nos em obediência à graça e à bondade de Deus.

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