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Significado de 2 Coríntios 1:8-11
Paulo, agora, passa a dar à igreja de Corinto alguns detalhes sobre os sofrimentos e aflições sofridas por ele: “Pois não queremos que vós ignoreis, irmãos, a tribulação que nos sobreveio na Ásia” (v. 8).
Mais uma vez, Paulo se abre com a igreja em Corinto, ainda que o que esteja descrevendo não fosse o que eles pensassem ser as experiências de um "apóstolo". Paulo, no entanto, os coloca a par do que ele acredita ser a vida de um "apóstolo": seguir ao exemplo de Jesus, que aprendeu obediência até a morte na cruz e, por isso, foi grandemente exaltado por Seu Pai (Filipenses 2:8-9).
Paulo conecta isso com o chamado que havia recebido de Jesus em Atos:
Mas o Senhor disse-lhe: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome perante os gentios e os reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe é necessário padecer pelo meu nome (Atos 9:15, 16).
Para Paulo, seu chamado apostólico era um chamado para sofrer por Cristo. Ele passou a entender o propósito mais abrangente de Deus, conforme afirma em Romanos:
Tenho para mim que os sofrimentos da vida presente não têm valor em comparação com a glória que há de ser revelada em nós (Romanos 8:18).
Esta declaração se assemelha à sua afirmação em 2 Coríntios 4:17 de que os sofrimentos dos crentes por causa de Cristo criam um "eterno peso de glória".
Embora os seres humanos sejam inferiores aos anjos, Deus projetou a que eles reinassem sobre a terra em harmonia com Ele, com a natureza e uns com os outros (Salmo 8:5, 6). Porém, caímos na tentação e, em vez disso, escolhemos seguir aos nossos próprios caminhos, distanciando-nos dos bons desígnios de Deus (Gênesis 3:6).
Embora Satanás tenha tomado o domínio do mundo devido à nossa queda (João 12:31), a intenção de Deus para a humanidade permanece; Deus deseja destruir Satanás e levar os seres humanos a reinar sobre a terra novamente em harmonia com Ele (Salmo 8:2). Jesus restaurou a "glória e honra" concedida aos seres humanos (Hebreus 2:9). A Jesus foi concedida a "glória e honra" de ter autoridade sobre a terra por causa do "sofrimento da morte" (Hebreus 2:9).
Pelo fato de Jesus ter escolhido tornar-se "obediente até a morte, e morte de cruz" (Filipenses 2:8-9), Ele recebeu "toda a autoridade no céu e na terra" (Mateus 28:18). Jesus convida a todos os crentes a seguirem Seu caminho. Paulo desejava que todos os seus discípulos entendessem que somos:
"...herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo, se realmente padecemos com ele, para que também com ele sejamos glorificados (Romanos 8:17b).
Ser co-herdeiro com Cristo significa compartilhar Seu reinado. Esta é a recompensa a todos os crentes que vencerem a tentação, a rejeição e outros sofrimentos por Seu nome, da mesma forma que Jesus os venceu (Apocalipse 3:21). O caminho para essa grande recompensa é "sofrer com Ele para que também sejamos glorificados com Ele".
É por isso que o sofrimento em nome de Jesus produz um "eterno peso de glória" (2 Coríntios 4:17). Paulo cria que todos os que estão "em Cristo" são chamados ao mesmo caminho de "sofrimento" e "aflição". Ele não apenas ensinava isso, ele vivia isso. É por isso que, aqui, ele dá testemunho a seus irmãos, os crentes em Corinto, sobre as aflições pelas quais ele havia passado na Ásia. A Ásia aqui se refere à província romana da Ásia, localizada na atual Turquia. Naquela época, a província romana da Ásia continha uma série de colônias gregas que se tornaram cidades romanas.
Paulo diz aos coríntios que, enquanto estava na Ásia, “fomos excessivamente sobrecarregados além das nossas forças, a ponto de perder a esperança até da vida” (v. 8). Enquanto esteve na Ásia, Paulo suportou sofrimentos que o empurraram além da capacidade humana de suportá-los. Paulo não foi o único, pois aqui são usados os pronomes “nós” e “nossos”. Portanto, o texto inclui também a outros, presumivelmente Timóteo, citado como coautor da carta (2 Coríntios 1:1).
Paulo transmite sua própria experiência no sofrimento por causa de Cristo, que ele declara ter sido além de nossas forças. Já que parte do que ele faz nesta carta é defender seu apostolado, por que ele daria seu exemplo pessoal referente a suportar sofrimentos além de nossas forças? A resposta era simples: andar pela fé no poder do Espírito é a chave para caminharmos como testemunhas fiéis, suportando os sofrimentos de Cristo, para também podermo alcançar o "eterno peso de glória" (2 Coríntios 4:17). É esta a mensagem que Paulo fora designado a pregar e viver. Andar em nossas próprias forças não é nosso chamado. Nosso chamado é andar no poder da ressurreição de Jesus.
Paulo não está afirmando aqui que os sofrimentos de seus discípulos seriam mais fáceis se eles compreendessem qual era sua recompensa. A experiência de Paulo e Timóteo os levara a um lugar onde eles até mesmo se desesperaram da própria vida. Houve momentos em que Paulo acreditou estar às portas da morte.
Mas nós temos tido, dentro de nós mesmos, a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, porém no Deus que ressuscita os mortos (v. 9). Paulo chegou ao ponto de parar de pensar em viver a vida nesta terra e começou a falar em ressurreição.
Pode ser aqui que ele estivesse se referindo a uma sentença real de morte comunicada por alguma autoridade, ou a uma situação de sofrimento que o levara às portas da morte. Como veremos no capítulo 12, é possível que Paulo tenha realmente morrido e retornado à vida (2 Coríntios 12:1-6).
Paulo sabia que já havia morrido espiritualmente em Cristo. Assim, ele podia confiar no Deus que ressuscita os mortos, mesmo que morresse fisicamente. Pelo fato de estar em Cristo, o apóstolo sabia que também ressuscitaria com Ele. Ele parece haver chegado a um ponto de sua vida em que sua esperança na ressurreição era tudo o que lhe restava, pois ele havia se desesperado até mesmo da vida.
É interessante notar que no meio de sua fala a respeito dessa grande provação, Paulo destaca a principal lição que aprendeu com a terrível experiência: “para que não confiássemos em nós mesmos”. Enfrentar a morte e ficar apenas com a confiança na ressurreição, levou Paulo e Timóteo a se livrar de seus últimos vestígios de confiança em si mesmos. Qualquer ilusão que tivessem de que tinham tudo sob controle havia sido eliminada.
Ao falar de suas dificuldades, Paulo não pede piedade. Ele não se eleva como superior por causa do que passou. Nesta carta, ele defende sua autoridade apostólica, porém sua missão não era fazer com que as pessoas confiassem nele - sua nomeação como apóstolo tinha o objetivo de levar as pessoas a confiar em Cristo. Paulo foi pressionado além de suas forças humanas, para que não confiasse em si mesmo; assim, é lógico pensar que Deus usa as provações em nossas vidas para levar-nos a aprender a mesma lição. Isso é consistente com o treinamento que Deus deu à segunda geração israelita que saiu do Egito (Deuteronômio 8:3).
Nesta carta, Paulo exorta os coríntios a abraçarem o teste da rejeição do mundo, porque ela produzirá um "eterno peso de glória" diante do trono de julgamento de Cristo (2 Coríntios 4:17; 5:10).
Paulo não tinha medo de morrer - ele confiava no poder de Deus para ressuscitá-lo. Na época das agruras de Paulo na Ásia, Jesus decidiu poupar sua vida: “o qual nos livrou de tão terrível morte” (v. 10). Neste caso, o conforto de Deus veio na forma de libertação física. Porém, Paulo também fala sobre uma futura esperança que transcendia sua libertação física: Deus nos livrou e “nos livrará, no qual temos esperado”. Sua esperança estava depositada em Deus. Nossa esperança final é a promessa de que Deus nos ressuscitará da morte.
Essa ressurreição da morte à qual Paulo se refere tem aplicações tanto no futuro quanto no presente. A aplicação futura é a de que os crentes serão ressuscitados para a vida eterna e receberão um novo corpo em uma nova terra (1 Tessalonicenses 4:16-17; Apocalipse 21:1).
A aplicação no presente é que o poder da ressurreição de Jesus nos livra do poder do pecado quando andamos pela fé, confiando que Seus caminhos são para o nosso bem. Todos os crentes têm o Espírito Santo, que lhes dá o poder de andar em espírito; mas cada um de nós deve escolher fazer isso (Gálatas 6:8).
Todos os crentes possuem dentro de si duas naturezas: a nova natureza, um novo nascimento (2 Coríntios 5:17) e uma velha natureza não redimida (Romanos 7:17-19).
Conforme Paulo escreveu à igreja romana:
Nós que já morremos ao pecado, como viveremos ainda nele? Porventura, ignorais que todos os que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? (Romanos 6:2, 3).
Não é difícil ver que, ao enfrentarmos a morte, precisaremos de ajuda externa. E essa ajuda vem do Consolador, o Espírito Santo. O "Deus de todo conforto" nos deu o Espírito Santo, o Consolador ("paracletos") como nosso Ajudador, Consolador e Advogado.
Jesus diz no Evangelho de João:
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito (João 3:6).
Nosso novo homem, nascido do Espírito, é a habitação do Espírito de Deus e, assim, temos o poder de vencer o pecado em nossa caminhada diária.
Paulo afirma mais adiante nesta carta:
Pois o amor de Cristo nos constrange, porque julgamos assim: um morreu por todos; portanto, todos morreram. Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e foi ressuscitado (2 Coríntios 5:14, 15).
Paulo nos instrui a não confiarmos em nossa carne, mas a sermos guiados pelo Consolador, o Espírito Santo, dado por Deus.
Ao enfrentar o desespero, o conforto que Paulo recebeu estava fundamentado no “Deus que ressuscita os mortos”. No contexto do poder da ressurreição em Cristo, podemos ser "pacientes, suportando os mesmos sofrimentos" (2 Coríntios 1:6). O conforto de Paulo estava fundamentado na esperança futura de que Deus transformaria aqueles sofrimentos em um "eterno peso de glória", ou seja, a grande recompensa por nossa obediência fiel (2 Coríntios 4:17).
Inerente a esta libertação está o fato de sermos libertos do maligno (Mateus 6:13). Nossa esperança no futuro é baseada na fé de que Deus nos livrará de uma vida de futilidade. Essa libertação transcende a mera libertação física. O maior perigo físico é a morte; mas um perigo muito maior é vivermos uma vida inútil, uma vida sem propósito e sem sentido. Pela fé, Paulo sabia que Deus recompensaria sua obediência e sofrimento por Ele e o livraria da futilidade.
Paulo sabia que sua esperança era a de "ser conformado com Sua morte; para que eu possa alcançar a ressurreição dos mortos" (Filipenses 3:10, 11). Esta passagem em Filipenses também fala sobre a grande recompensa da obediência fiel. O objeto desta promessa é Deus, Aquele em quem depositamos nossa esperança. Ele ainda nos livrará. A libertação de Deus transcende a vida física.
A morte não pode nos reter! Seremos livres dela. Jesus já derrotou a morte ao ressuscitar. No fim de tudo, a própria morte será lançada no lago de fogo (Apocalipse 20:14). Todos os crentes recebem a promessa de ressurreição em um novo corpo (1 Coríntios 15:22, 23).
No livro de 2 Timóteo, Paulo fica sabendo que sofreria a morte de um mártir e estava totalmente preparado para ela (2 Timóteo 4:6). Porém, neste ponto, no momento em que Paulo escrevia esta carta aos irmãos em Corinto, Deus tinha mais para ele e seus companheiros fazerem. Assim, ele foi liberto do martírio naquele momento.
Paulo dá crédito à igreja em Corinto por ter desempenhado um papel crucial em sua libertação física, observando: “ajudando-nos vós também com súplicas a nosso favor” (v. 11). Paulo parece creditar sua libertação física à oração intercessória dos coríntios. O verbo “ajudar” indicava que Paulo esperava que eles continuassem a orar por ele. Jesus incluiu em Sua oração modelo a petição para sermos libertos do mal (Mateus 6:13). Neste caso, Deus escolheu responder às orações por meio do livramento físico.
Paulo abre seu coração à igreja em Corinto e os encoraja a continuar participando em seu ministério em oração. Paulo estava ciente de como as orações do povo de Deus o estavam ajudando a cumprir sua missão, tendo experimentado pessoalmente o seu poder.
Da mesma forma, ele orava por eles e desejava que eles se juntassem a ele na missão de reconciliar o mundo a Cristo (2 Coríntios 5:19).
...para que, por muitas pessoas, sejam dadas graças por nós pelo dom que nos foi concedido por meio de muitos (v. 11).
A palavra grega traduzida como “dom” versículo 11 é "charisma". Paulo expressa que receber as orações dos irmãos em Corinto e em outros lugares havia sido um grande presente ou favor a ele e sua equipe (nós). As orações eram mútuas, já que Paulo e Timóteo também oravam por eles. Esse trabalho espiritual em equipe era um exemplo de como os crentes deveriam trabalhar juntos em oração. Paulo e Timóteo estavam cientes disso e agradecem às muitas pessoas que oravam em seu favor. Sua resposta foi dar graças a Deus pelas petições intercessórias.